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1. A BÍBLIA
1.1. O que é a Bíblia?
1.2. Porque devemos estudar a Bíblia?
1.3. Como devemos estudar a Bíblia?
1.4. Condições para entendermos a Bíblia
1.5. Papel da Bíblia
1.6. Estrutura da Bíblia
1.7. Bíblia e inspiração divina
2. OS DEZ MANDAMENTOS
2.1 O que são os Dez Mandamentos?
2.2 A importância dos Dez Mandamentos na vida cristã
2.3 Como os Dez Mandamentos se aplicam a nós hoje?
3. DÍZIMO
3.1. Onde encontramos o dízimo nas escrituras?
3.2. Para que serve o dízimo? (I Coríntios 9:1-13)
3.3. Como devemos ofertar? (II Crônicas 9:6-8)
3.4. Dúvidas sobre o dízimo
4. PECADO
4.1. A origem do pecado
4.2. A origem do pecado foi Lúcifer, o diabo
4.3. Por quê Deus permitiu que Lúcifer caísse?
4.4. De que maneira o pecado entrou no mundo?
4.5. De que maneira este quadro tão perfeito foi desfeito?
5. A SALVAÇÃO DO CRENTE
5.1. Por que preciso ser salvo?
5.2. Posso ser salvo vivendo o melhor que sei?
5.3. Ser batizado ou ser membro de igreja pode salvar-me?
5.4. O que preciso fazer para ser salvo?
5.5. O que acontecerá quando eu for salvo?
5.6. Como posso saber que a salvação permanecerá?
5.7. Quando é a melhor ocasião de ser salvo?
6. A NATUREZA DA SALVAÇÃO
6.1. Como a salvação é aplicada por Deus?
6.2. Significados de Regeneração
6.3. Como se processa a regeneração do homem?
6.4. Justificação
6.5. A posição do homem pecador diante da justiça de Deus
6.6. De que maneira o homem é justificado?
6.7. O resultado da justificação na vida do homem
6.8. Santificação
6.9. Significado de santificação
6.10. Bênçãos que acompanham a santificação
6.11. Santificação como preparação do crente para ser usado por Deus
7. O BATISMO
7.1. A prática do batismo com água
7.2. Os diferentes modos de batismognc-06-1
8. A CEIA DO SENHOR
8.1. O significado da ceia do Senhor (1 Coríntios 11:23-34)
8.2. O exame próprio
9. O CRENTE E SEU TESTEMUNHO
9.1. Propósito do testemunho
9.2. Princípios a seguir no testemunho
9.3. Problemas encontrados no testemunho
9.4. Promessas nos que testificam
10. A VIDA DE ORAÇÃO DO CRENTE
10.1. Natureza da oração
10.2. Ordem da oração
10.3. Base da oração
10.4. Condições da oração
10.5. Objetos da oração
10.6. Obstáculos à oração
11. A EXPIAÇÃO
11.1. Significado de expiação
11.2. Objetivo da expiação
11.3. Causa da expiação
11.4. Expiação no Velho Testamento
11.5. Origem do sacrifício no Velho Testamento
11.6. A morte de Cristo
11.7. A ressureição de Jesus
11.8. A doutrina do Espírito Santo
11.9. A doutrina sobre o homem, sua existência após a morte
12. O ESPÍRITO SANTO
12.1. Quem é o Espírito Santo?
12.2. Quando o Espírito Santo Veio?
12.3. A atuação do Espirito Santo desde a criação de Belém
12.4. A atuação do Espírito Santo de Belém até o Pentecoste
12.5. O Espirito Santo de Pentecoste até hoje
12.6. A presente obra do Espírito Santo no mundo
12.7. O que é o batismo com o Espírito Santo?
12.8. Todos os crentes devem buscar o batismo com o Espírito Santo
12.9. Como receber o batismo com o Espirito Santo?
12.10. Os dons do Espírito Santo
13. A ESPERANÇA DO CRENTE
13.1 A natureza da esperança cristã
13.2 A esperança na vida eterna
13.3 A esperança na volta de Cristo
13.4 A esperança no consolo e na vitória sobre o sofrimento
13.5 A esperança no poder de Deus na vida do crente
13.6 Vivendo com esperança no presente
Conclusão
1. A BÍBLIA
A Bíblia é o livro sagrado do cristianismo, composta por 66 livros que contêm a revelação de Deus ao homem. A Bíblia nos guia para o conhecimento de Deus, da salvação em Cristo e do modo correto de viver segundo a vontade divina. Estudar a Bíblia é fundamental para qualquer cristão, pois nela encontramos todas as respostas para as questões da vida e da fé.
1.1 O que é a Bíblia?
A Bíblia é a Palavra de Deus, dada aos homens para o seu ensino, correção, exortação e edificação. Ela é divina e humana ao mesmo tempo, ou seja, inspirada por Deus, mas escrita por homens sob Sua direção. Em 2 Timóteo 3:16, lemos: “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.”
A Bíblia revela a verdade sobre Deus, Sua criação, o homem, o pecado e o plano de salvação por meio de Jesus Cristo. Ela é uma fonte de sabedoria e luz para a vida do cristão, como diz o salmo 119:105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.”
1.2 Por que devemos estudar a Bíblia?
Estudar a Bíblia é essencial para crescer na fé cristã e conhecer a vontade de Deus para nossa vida. A Bíblia é a fonte de revelação sobre o caráter de Deus e nos ensina a viver de acordo com os Seus mandamentos. Josué 1:8 diz: “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes, medita nele de dia e de noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo o que nele está escrito, porque então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.”
Estudar a Bíblia também nos fortalece espiritualmente, ajuda a vencer as tentações e nos prepara para cumprir a missão que Deus nos deu. Mateus 4:4 nos lembra que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.”
1.3 Como devemos estudar a Bíblia?
O estudo da Bíblia deve ser feito com atenção e oração, pedindo ao Espírito Santo para nos guiar na compreensão da Palavra. 2 Timóteo 2:15 diz: “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” Ao estudar, é importante fazer perguntas, refletir sobre os significados e aplicar o que lemos na nossa vida diária.
Além disso, o estudo da Bíblia deve ser regular. Salmo 1:2-3 fala sobre a importância de meditar na Palavra de Deus constantemente: “Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, que dá o seu fruto no tempo certo.”
1.4 Condições para entendermos a Bíblia
Para entender a Bíblia corretamente, é necessário ter um coração disposto a aprender e ser ensinado pelo Espírito Santo. 1 Coríntios 2:14 nos diz: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura, e não pode entendê-las, porque se discernem espiritualmente.”
A oração é uma parte fundamental no processo de compreensão das Escrituras. Pedir a ajuda de Deus antes de estudar a Bíblia nos permite abrir nosso coração para que Ele revele a Sua verdade. Salmo 119:18: “Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.”
1.5 Papel da Bíblia
A Bíblia tem o papel de ser nosso guia e instrução em todos os aspectos da vida. Ela nos ensina sobre o amor de Deus, a salvação em Cristo e o modo de viver uma vida que agrada a Ele. 2 Pedro 1:3 declara: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e à piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude.”
Além disso, a Bíblia tem o poder de transformar a vida do cristão. Romanos 12:2 nos instrui: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
1.6 Estrutura da Bíblia
A Bíblia é dividida em duas grandes seções: o Antigo Testamento e o Novo Testamento.
O Antigo Testamento contém 39 livros e é a história da criação, do povo de Israel, as leis de Deus e os profetas que previram a vinda de Cristo.
Possui 5 divisões:
1) pentateuco;
2) textos históricos;
3) textos poéticos;
4) profetas maiores;
5) profetas menores.
O Novo Testamento contém 27 livros e registra a vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, além de ensinamentos sobre a Igreja e o futuro.
Possui 4 divisões:
1) evangelhos;
2) textos históricos;
3) epistolas;
4) profecia.
A divisão da Bíblia é importante para entender o plano de Deus desde a criação até a redenção final. Mateus 5:17 nos ensina que Jesus veio para cumprir as profecias do Antigo Testamento.
1.7 Bíblia e inspiração divina
A Bíblia é completamente inspirada por Deus. Em 2 Pedro 1:21, lemos: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram impelidos pelo Espírito Santo.” Isso significa que, embora os escritores humanos tenham usado sua linguagem e estilo, as palavras da Bíblia são a verdade direta de Deus.
A inspiração divina garante que a Bíblia é confiável e verdadeira, sendo a única fonte infalível para nossa fé e prática.
2. Os Dez Mandamentos
Os Dez Mandamentos, também conhecidos como a Lei Moral de Deus, são um conjunto de princípios dados por Deus ao Seu povo, através de Moisés, no Monte Sinai, conforme relatado no livro de Êxodo (capítulo 20). Esses mandamentos são fundamentais para a vida cristã, pois orientam o comportamento moral e espiritual de todos os crentes. Jesus resumiu a Lei em dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-40). No entanto, os Dez Mandamentos ainda têm grande relevância, pois nos ajudam a viver conforme a vontade de Deus.
2.1 O que são os Dez Mandamentos?
Os Dez Mandamentos são os princípios que Deus deu a Moisés para governar o comportamento do Seu povo. Esses mandamentos cobrem áreas da vida pessoal, familiar, social e espiritual, destacando a santidade de Deus e a necessidade de adoração pura e obediente a Ele. Eles estão registrados em Êxodo 20:1-17 e Deuteronômio 5:6-21.
Aqui estão os Dez Mandamentos:
1. Não terás outros deuses diante de mim.
Este mandamento destaca a exclusividade de adoração a Deus (Êxodo 20:3).
2. Não farás para ti imagem de escultura.
Proíbe a idolatria e a adoração a imagens (Êxodo 20:4-6).
3. Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão.
Ensina respeito pelo nome de Deus (Êxodo 20:7).
4. Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo.
O dia de descanso e adoração ao Senhor (Êxodo 20:8-11).
5. Honra teu pai e tua mãe.
Um mandamento relacionado ao respeito e à obediência aos pais (Êxodo 20:12).
6. Não matarás.
Este mandamento protege a vida humana (Êxodo 20:13).
7. Não adulterarás.
Refere-se à pureza no casamento e à fidelidade conjugal (Êxodo 20:14).
8. Não furtarás.
Ensina respeito pela propriedade alheia (Êxodo 20:15).
9. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.
Proíbe a mentira e a calúnia (Êxodo 20:16).
10. Não cobiçarás.
Ensina a controlar os desejos e a ganância (Êxodo 20:17).
2.2 A importância dos Dez Mandamentos na vida cristã
Os Dez Mandamentos têm uma grande importância, pois refletem a moral e os valores de Deus. Eles nos ajudam a viver de maneira justa, honesta e fiel a Deus e ao próximo. Embora os cristãos não estejam sob a Lei de Moisés de maneira direta, os princípios desses mandamentos são válidos para a vida cristã, pois são baseados no caráter de Deus. Como lemos em Mateus 5:17, Jesus disse: “Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas; não vim revogá-los, mas cumpri-los.”
Jesus, ao resumir a Lei em dois mandamentos (amar a Deus e ao próximo), mostra que os Dez Mandamentos não perdem sua validade. Pelo contrário, eles são a base de um coração que ama a Deus e ao próximo, e nos guiam para uma vida justa e correta.
2.3 Como os Dez Mandamentos se aplicam a nós hoje?
Os Dez Mandamentos continuam sendo uma orientação prática para a vida cristã. Eles nos mostram como devemos viver em relação a Deus e aos outros. Embora os cristãos não vivam sob a Lei do Antigo Testamento, esses princípios nos ajudam a entender o que agrada a Deus e como refletir Seu caráter em nosso comportamento diário. Por exemplo:
• O mandamento de não matarás nos ensina a valorizar a vida humana e a resolver conflitos de forma pacífica.
• Honrar pai e mãe é um princípio de respeito e obediência que se reflete nas nossas relações familiares.
• Não adulterarás nos chama a manter a pureza em nossos relacionamentos.
Portanto, os Dez Mandamentos não apenas são parte da história bíblica, mas continuam a ser um guia moral para o cristão em sua caminhada com Deus.
3. O DÍZIMO
O dízimo é uma prática de oferecer a décima parte da nossa renda ou dos nossos bens a Deus. Embora muitos vejam o dízimo como uma antiga prática do Antigo Testamento, ele ainda é relevante para os cristãos hoje, pois está relacionado ao reconhecimento da soberania de Deus e à nossa gratidão por Suas bênçãos. O ato de dizimar é uma forma de demonstrar confiança em Deus, reconhecendo que tudo o que temos vem d’Ele.
3.1 Onde encontramos o dízimo nas Escrituras?
O conceito de dízimo é introduzido logo no início da Bíblia, em Gênesis 14:19-20, quando Abraão deu o dízimo ao sacerdote Melquisedeque: “E abençoou-o Melquisedeque, dizendo: Bendito seja Abraão pelo Deus Altíssimo, Criador dos céus e da terra. E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe Abraão o dízimo de tudo.”
Além disso, em Levítico 27:30, Deus estabelece o dízimo como uma parte das ofertas do povo de Israel: “E todos os dízimos da terra, tanto do grão da terra como do fruto das árvores, são do Senhor; são santos ao Senhor.”
No Antigo Testamento, o dízimo era destinado ao sustento dos levitas e dos sacerdotes, pois eles não recebiam herança de terra, mas serviam no templo. Números 18:21 diz: “Eis que tenho dado os filhos de Levi todos os dízimos em Israel por herança, em recompensa pelo seu serviço, em que servem, ao serviço da tenda da congregação.”
3.2 Para que serve o dízimo?
O dízimo tem várias finalidades, todas relacionadas ao serviço de Deus e ao cuidado com as necessidades dos outros. Malaquias 3:10 nos ensina: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança.”
O dízimo serve principalmente para sustentar o ministério da igreja e a obra de Deus na terra. Ele é usado para o pagamento de salários de ministros, manutenção de igrejas, apoio a missionários, e para ajudar os necessitados.
Além disso, o dízimo é uma forma de participar da obra de Deus e de demonstrar nossa gratidão e fidelidade. 2 Coríntios 9:7 ensina que devemos dar com alegria e não por obrigação: “Cada um contribua segundo o propôs no coração, não com tristeza, nem por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.”
3.3 Como devemos ofertar?
A forma de ofertar deve ser com um coração sincero, disposto e alegre. 2 Coríntios 9:7 nos lembra de dar com alegria, e não por pressão ou sentimento de obrigação.
O dízimo é uma prática voluntária, mas que demonstra nossa confiança em Deus e nossa disposição para contribuir para a Sua obra.
É importante também dar com fé, confiando que Deus suprirá todas as nossas necessidades. Em Filipenses 4:19, lemos: “O meu Deus, segundo a sua riqueza, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.”
3.4 Dúvidas sobre o dízimo
Muitas pessoas têm dúvidas sobre o dízimo, principalmente em relação à sua aplicação nos dias de hoje. Algumas perguntas comuns são:
O dízimo é obrigatório para os cristãos?
No Novo Testamento, não há uma ordem explícita para o dízimo como no Antigo Testamento. No entanto, o princípio de dar a Deus de forma generosa e com um coração puro é ensinado por Jesus e pelos apóstolos. O dízimo pode ser visto como uma expressão de nossa gratidão a Deus e uma forma de nos mantermos focados nas coisas celestiais.
O dízimo deve ser dado à igreja local?
O dízimo deve ser dado à casa de Deus, e isso normalmente se aplica à igreja local, que cuida do ministério e do serviço cristão. No entanto, também é possível oferecer a Deus por meio de outras formas de ministérios ou causas que estejam alinhadas com a missão de Cristo.
Eu posso dizimar somente uma parte do meu rendimento?
O dízimo, conforme a prática bíblica, é 10% da nossa renda, mas o cristão pode ser guiado pelo Espírito Santo em relação a outros tipos de ofertas. O importante é dar com coração disposto e generoso, sempre lembrando que Deus abençoa aqueles que são fiéis no pouco (Lucas 16:10)
4. O PECADO
O pecado é um conceito central na fé cristã, pois é através dele que a humanidade se separou de Deus e trouxe sofrimento e morte ao mundo. O entendimento sobre o pecado é fundamental para que possamos compreender a necessidade da salvação e do perdão em Cristo. O pecado é qualquer pensamento, palavra ou ato que viola a vontade e a santidade de Deus.
4.1 A origem do pecado
O pecado tem sua origem na Bíblia, no momento em que o ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, escolheu desobedecer ao Seu mandamento. Em Gênesis 2:16-17, Deus disse a Adão: “De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” No entanto, Adão e Eva desobedeceram a Deus, e, ao fazê-lo, o pecado entrou no mundo.
Esse ato de desobediência é conhecido como “queda do homem” e gerou a separação entre o ser humano e Deus. Como resultado, o pecado passou a fazer parte da natureza humana, afetando todas as pessoas e trazendo consequências que ainda perduram, como a morte espiritual e física (Romanos 5:12).
4.2 A origem do pecado foi Lúcifer, o diabo
O pecado também tem suas raízes na rebelião de Lúcifer, o anjo que se tornou Satanás. Lúcifer foi criado perfeito por Deus, mas, por causa do orgulho, ele desejou ser igual a Deus e se rebelou contra a Sua autoridade. Em Isaías 14:12-15 e Ezequiel 28:12-19, vemos que Lúcifer, antes de sua queda, era um anjo glorioso, mas seu coração se exaltou, e ele quis subir ao céu e se colocar acima de Deus.
Essa rebelião de Lúcifer resultou em sua expulsão do céu, e ele se tornou o diabo, o adversário de Deus e da humanidade. Ao cair, Satanás passou a tentar os seres humanos, com o intuito de afastá-los de Deus, como aconteceu com Adão e Eva no Éden.
“Diabo/satanás” significa, em português, “adversário, acusador”. Ele era Lúcifer, isto é, a estrela da manhã, filha da alva (Isaías 14-13), mas se degenerou tornando-se o príncipe das trevas.
4.3 Por que Deus permitiu que Lúcifer caísse?
Deus, em Sua soberania, permitiu a queda de Lúcifer e, por consequência, o surgimento do mal no mundo. Embora a origem do mal não seja algo que Deus tenha criado diretamente, Ele permitiu que Lúcifer exercesse sua liberdade de escolha. Isso demonstra a grandeza do livre arbítrio que Deus concede aos Seus seres criados.
A queda de Lúcifer não foi um erro de Deus, mas uma demonstração do livre arbítrio dado aos anjos e aos seres humanos. Deus deseja que o amor e a obediência sejam voluntários, e não forçados. Deus não criou o mal, mas a liberdade para escolher é uma parte essencial da Sua criação.
4.4 De que maneira o pecado entrou no mundo?
O pecado entrou no mundo por meio de Adão e Eva. Quando Adão e Eva desobedeceram ao mandamento de Deus no jardim do Éden, eles trouxeram o pecado e a morte para a humanidade. Em Romanos 5:12, Paulo explica: “Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram.”
O pecado de Adão e Eva não afetou apenas eles, mas toda a humanidade. O pecado se espalhou de geração em geração, afetando a natureza humana, e, por consequência, a relação entre Deus e os homens foi quebrada.
4.5 De que maneira este quadro tão perfeito foi desfeito?
O quadro perfeito criado por Deus foi desfeito pelo pecado, mas Deus, em Sua misericórdia e graça, providenciou um plano de redenção. O pecado separou a humanidade de Deus, mas Ele não deixou a humanidade sem esperança. Em Gênesis 3:15, Deus já revelou o plano de enviar um Salvador: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”
Esse Salvador seria Jesus Cristo, o Filho de Deus, que veio ao mundo para morrer na cruz pelos pecados da humanidade. João 3:16 afirma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Através da morte e ressurreição de Cristo, o pecado foi derrotado, e os crentes agora podem ter reconciliação com Deus e a esperança de vida eterna.
O arrependimento e a fé em Jesus Cristo são os caminhos pelos quais uma pessoa pode ser restaurada e reconciliada com Deus. A graça de Deus, que nos alcança por meio de Jesus, é o que desfaz o efeito do pecado e traz a salvação a todos os que creem (Efésios 2:8-9).
5. A SALVAÇÃO DO CRENTE
A salvação é o ato pelo qual Deus resgata o ser humano do pecado, da morte eterna e da condenação. Ela é um dos temas centrais da Bíblia, e sua compreensão é essencial para todos os cristãos. A salvação é dada exclusivamente pela graça de Deus, por meio da fé em Jesus Cristo. Este ato de salvação não é baseado em nossas obras, mas no sacrifício perfeito de Cristo.
5.1 Por que preciso ser salvo?
A necessidade de salvação vem da realidade do pecado que separa o ser humano de Deus. Como vimos no item anterior, o pecado entrou no mundo através de Adão e Eva, e essa separação espiritual foi transmitida a toda a humanidade. Romanos 3:23 diz: “Porque todos pecaram e carecem da glória de Deus.” O pecado nos afasta de Deus, e essa separação resulta em morte espiritual, ou seja, em uma vida sem Deus.
A Bíblia também fala sobre a condenação eterna para aqueles que permanecem no pecado. Romanos 6:23 afirma: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.” A morte, aqui, não se refere apenas à morte física, mas à morte espiritual, que é a separação eterna de Deus. Por isso, precisamos da salvação para sermos reconciliados com Deus e termos a vida eterna.
5.2 Posso ser salvo vivendo o melhor que sei?
A salvação não é alcançada por meio das nossas próprias obras ou esforço. Apesar de ser importante viver de maneira reta e justa, a Bíblia ensina que a salvação não vem de nossa moralidade ou dos nossos esforços humanos. Efésios 2:8-9 diz: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé, e isso não vem de vós; é dom de Deus, não de obras, para que ninguém se glorie.
Isso significa que, por mais que busquemos viver de acordo com os princípios de Deus, a salvação é um presente que recebemos pela fé em Jesus Cristo. As boas obras são um reflexo da nossa fé e da nossa gratidão, mas elas não são o meio pelo qual alcançamos a salvação.
5.3 Ser batizado ou ser membro de igreja pode salvar-me?
O batismo e a membresia na igreja são importantes expressões de nossa fé, mas eles, por si só, não são os meios pelos quais somos salvos. Atos 16:31 nos ensina que a salvação vem pela fé em Jesus Cristo: “Crê no Senhor Jesus e será salvo, tu e a tua casa.” O batismo é uma demonstração pública da nossa fé, mas ele não é a causa da salvação.
A pertença à igreja também é importante, pois a igreja é a comunidade dos salvos, mas ser membro de uma igreja não é o que nos garante a salvação. A salvação é unicamente pela graça de Deus, por meio da fé em Cristo.
5.4 O que preciso fazer para ser salvo?
A resposta bíblica para essa pergunta é clara: crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador e arrepender-se dos pecados. João 3:16 afirma: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”
O arrependimento é o ato de se voltar para Deus e abandonar o pecado. Atos 3:19 diz: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, para que venham os tempos de refrigério pela presença do Senhor.” Ao confessar nossos pecados e crer em Jesus Cristo, somos perdoados e reconciliados com Deus.
5.5 O que acontecerá quando eu for salvo?
Quando uma pessoa é salva, ela experimenta uma mudança profunda em sua vida. Ela é reconciliada com Deus e recebe o perdão dos seus pecados. 2 Coríntios 5:17 ensina: “E assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.” O crente é agora parte do Corpo de Cristo, a igreja, e começa a viver uma nova vida em Cristo, com o auxílio do Espírito Santo.
Além disso, a salvação traz a certeza da vida eterna. João 5:24 declara: “Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna; e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”
5.6 Como posso saber que a salvação permanecerá?
A salvação é segura para todos os que creem em Jesus, mas ela também exige perseverança na fé. Filipenses 1:6 afirma: “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus.” A salvação não depende de nossas forças, mas da fidelidade de Deus. No entanto, devemos permanecer em Cristo e viver de acordo com Seus ensinamentos.
Em João 10:28-29, Jesus nos assegura: “Eu lhes dou a vida eterna, e nunca perecerão; e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.” Isso nos mostra que a salvação é segura para aqueles que permanecem em Cristo, pois Ele é o nosso Pastor e guardador.
5.7 Quando é a melhor ocasião de ser salvo?
A melhor ocasião para ser salvo é agora. A Bíblia nos exorta a não adiar nossa decisão de seguir a Cristo. 2 Coríntios 6:2 diz: “Pois ele diz: ‘Eu te ouvi no tempo oportuno, e te socorri no dia da salvação’. Eis agora o tempo oportuno, eis agora o dia da salvação.”
Não devemos esperar para ser salvos em um momento futuro. A salvação é algo urgente, e a Bíblia nos chama a tomar a decisão de seguir a Cristo enquanto temos vida e oportunidade.
6. A NATUREZA DA SALVAÇÃO
A salvação não é apenas um evento pontual na vida do crente, mas um processo contínuo de transformação. Deus, em Sua misericórdia, não apenas nos perdoa, mas também nos reconcilia consigo mesmo, nos justifica, nos santifica e nos prepara para viver segundo Sua vontade. Vamos entender de maneira mais profunda os aspectos dessa obra maravilhosa de salvação.
6.1 Como a salvação é aplicada por Deus?
A salvação é aplicada por Deus de maneira plena, por meio da obra de Jesus Cristo. Quando Jesus morreu na cruz, Ele pagou o preço pelos nossos pecados, oferecendo reconciliação entre a humanidade e Deus. Em João 14:6, Jesus declara: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” A obra de salvação de Cristo é aplicada à nossa vida quando cremos n’Ele e aceitamos Seu sacrifício.
Deus, por meio do Espírito Santo, aplica a salvação em nossos corações ao nos convencer do pecado, ao nos regenerar, e ao nos garantir a nova vida em Cristo. Tito 3:5 diz: “Nos salvou, não por obras de justiça que nós tivéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, pelo lavamento da regeneração e pela renovação do Espírito Santo.”
6.2 Significados de Regeneração
Regeneração é o processo pelo qual Deus dá uma nova vida ao crente. Ela é a obra do Espírito Santo, que transforma a natureza humana, antes corrompida pelo pecado, em uma nova criação. Em João 3:3, Jesus afirma: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus.” A regeneração é um novo nascimento, uma transformação interna, onde o crente passa a viver de acordo com os princípios de Deus.
A regeneração ocorre quando uma pessoa se arrepende de seus pecados e coloca sua fé em Cristo. É um ato da graça divina, onde o Espírito Santo dá ao crente uma nova natureza, capacitando-o a viver para Deus e agradá-Lo.
6.3 Como se processa a regeneração do homem?
A regeneração é um ato sobrenatural realizado pelo Espírito Santo no momento da conversão. Não é algo que pode ser alcançado pelos esforços humanos, mas é um presente de Deus. Tiago 1:18 nos ensina: “Ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.”
Quando alguém se arrepende e crê em Jesus, o Espírito Santo entra no coração do crente e realiza a regeneração. Esse processo inclui a renovação da mente, do coração e do espírito. A pessoa começa a desejar agradar a Deus e a viver conforme os Seus mandamentos. Em Romanos 12:2, a Bíblia nos exorta: “E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.”
6.4 Justificação
Justificação é o ato pelo qual Deus declara o crente justo, não por causa de suas próprias obras, mas pela fé em Jesus Cristo. Romanos 5:1 nos ensina: “Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” Isso significa que, apesar de sermos pecadores, somos declarados justos diante de Deus devido ao sacrifício de Cristo na cruz. A justificação é um ato judicial de Deus, em que Ele nos perdoa e nos considera justos, não por nossa justiça, mas pela justiça de Cristo.
A justificação é um ato instantâneo, no momento em que o crente crê em Jesus, e é algo que não pode ser perdido, pois é baseado na obra consumada de Cristo. Romanos 8:1 diz: “Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.”
6.5 A posição do homem pecador diante da justiça de Deus
O homem, em sua condição de pecado, está condenado diante da justiça de Deus. Romanos 3:23 nos lembra que “todos pecaram e carecem da glória de Deus.” O pecado do homem o coloca em posição de inimigo de Deus, pois Deus é santo e não pode tolerar o pecado.
Porém, através de Cristo, os crentes são justificados e reconciliados com Deus. Romanos 5:9 diz: “Muito mais, agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por Ele salvos da ira.” Cristo pagou o preço por nossos pecados, permitindo que o crente tenha paz com Deus e seja considerado justo diante d’Ele.
6.6 De que maneira o homem é justificado?
O homem é justificado pela fé em Jesus Cristo, e não por suas obras ou esforço pessoal. Romanos 3:28 afirma: “Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei.” A justificação é um dom gratuito de Deus, que é recebido pela fé. Não há nenhuma quantidade de boas ações que possa nos justificar diante de Deus; apenas a fé em Cristo pode nos tornar justos.
6.7 O resultado da justificação na vida do homem
A justificação resulta na paz com Deus e no perdão dos pecados. O crente, agora justificado, vive uma nova relação com Deus, sem a condenação do pecado. Romanos 5:1 afirma: “Justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo.” O crente não mais vive sobre a condenação do pecado, mas em uma nova posição diante de Deus, vivendo em obediência e gratidão a Ele.
Além disso, a justificação leva à transformação da vida do crente. Efésios 2:10 ensina: “Pois somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.”
6.8 Santificação
A santificação é o processo pelo qual o crente se torna mais parecido com Cristo. É um trabalho contínuo de transformação da vida do crente, realizado pelo Espírito Santo. 1 Tessalonicenses 4:3 diz: “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação: que vos abstenhais da prostituição.” A santificação envolve a separação do pecado e a dedicação a Deus, vivendo de acordo com os Seus princípios.
A santificação não é um ato instantâneo, como a justificação, mas é um processo contínuo, que dura toda a vida do crente. Através da oração, da leitura da Palavra de Deus e da comunhão com a igreja, o crente é progressivamente santificado pelo Espírito Santo.
6.9 Significado de santificação
Santificação significa ser separado para Deus e para o Seu serviço. O crente é chamado para viver uma vida de pureza, separada do pecado, e dedicada a agradar a Deus. 1 Pedro 1:16 nos exorta: “Sede santos, porque eu sou santo.” A santificação é a resposta à graça de Deus, onde o crente busca viver de maneira que reflita a santidade de Deus.
7. O BATISMO
O batismo é um dos sacramentos mais importantes para o cristão, sendo uma demonstração pública da fé e da identificação com a morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo. A prática do batismo está profundamente enraizada nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos, sendo um passo essencial na caminhada de um novo crente.
7.1 A prática do batismo com água
O batismo com água simboliza a purificação do pecado e a nova vida em Cristo. Ele não é uma simples cerimônia, mas uma profissão de fé e uma identificação com Cristo. Mateus 28:19 diz: “Portanto, ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.”
Jesus ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que se convertessem, e essa prática foi seguida pelos apóstolos. O batismo não é apenas uma formalidade religiosa, mas um sinal externo da mudança interna que ocorre quando alguém coloca sua fé em Cristo. Atos 2:38 ensina: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos vossos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo.”
Através do batismo, o crente expressa publicamente que morreu para o pecado e foi sepultado com Cristo, mas também que ressurgiu para uma nova vida, como Cristo ressuscitou dos mortos. Romanos 6:4 nos ensina: “Fomos, portanto, sepultados com Ele na morte pelo batismo, para que, assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, também andemos em novidade de vida.”
7.2 Os diferentes modos de batismo
Existem diferentes modos de batismo praticados nas igrejas cristãs, e a escolha do modo pode variar dependendo da tradição e interpretação das Escrituras.
Os modos mais comuns de batismo são:
Imersão
O batismo por imersão é a prática de submergir completamente o candidato na água. Esse modo de batismo é frequentemente visto como o mais fiel à prática do Novo Testamento, pois a palavra grega para “batizar” (baptizo) significa “mergulhar” ou “mergulhar completamente”. Esse método simboliza a morte e sepultamento do velho homem e a ressurreição para uma nova vida em Cristo. Em Colossenses 2:12, Paulo escreve: “Fostes sepultados com Ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados com Ele, pela fé no poder de Deus, que O ressuscitou dentre os mortos.”
Aspersão
A aspersão é o ato de aspergir água sobre a pessoa, em vez de submergi-la completamente. Este modo é praticado por algumas denominações como uma maneira simbólica de purificação e renovação. Embora a aspersão seja comum em muitas tradições, a imersão é frequentemente vista como a prática mais fiel à descrição bíblica do batismo.
Derramamento
Em algumas denominações, o batismo por derramamento de água sobre a cabeça da pessoa também é praticado. Embora esse modo tenha menos respaldo direto nos textos bíblicos, ele é usado como um sinal de purificação e consagraçãoIndependente do modo, o batismo é um ato de obediência a Cristo e de testemunho público da fé do crente.
8. A CEIA DO SENHOR
A Ceia do Senhor é um dos momentos mais importantes da vida cristã, sendo uma ordenança dada por Jesus Cristo aos seus discípulos. A Ceia não é apenas um rito religioso, mas um meio de lembrar a obra redentora de Cristo, celebrar a comunhão com Ele e com os irmãos na fé, e proclamar a Sua morte até que Ele venha novamente. A prática da Ceia é uma expressão de fé e gratidão pela salvação que recebemos através de Jesus.
8.1 O significado da Ceia do Senhor (1 Coríntios 11:23-34)
A Ceia do Senhor, também conhecida como a Eucaristia, tem um profundo significado espiritual. Em 1 Coríntios 11:23-26, Paulo descreve o momento em que Jesus instituiu a Ceia:
“Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e, tendo dado graças, partiu-o e disse: ‘Tomai, comei, isto é o meu corpo, que é partido por vós; fazei isto em memória de mim.’ Semelhantemente, depois de cear, tomou também o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue; fazei isto todas as vezes que o beberdes, em memória de mim.’ Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.”
A Ceia é um memorial da morte de Cristo e um símbolo do Seu corpo partido e do Seu sangue derramado na cruz para a remissão dos pecados. Ela não apenas nos lembra do que Cristo fez por nós, mas também nos convida a refletir sobre nossa própria vida em Cristo e nossa comunhão com os outros cristãos.
Além disso, a Ceia é uma declaração pública da nossa fé em Jesus, e de que aguardamos com esperança o Seu retorno. Em 1 Coríntios 11:26, o apóstolo Paulo nos ensina: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.”
8.2 O exame próprio
A Bíblia nos ensina que a Ceia do Senhor deve ser recebida de maneira reverente e consciente. 1 Coríntios 11:27-29 alerta para a necessidade de examinar o próprio coração antes de participar:
“Portanto, qualquer que comer este pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpado do corpo e do sangue do Senhor. Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor.”
Antes de participar da Ceia, cada crente deve fazer um exame pessoal de sua vida espiritual, arrependendo-se de pecados não confessados e buscando a reconciliação com Deus e com os irmãos. A participação na Ceia não deve ser leviana, mas feita com um coração puro e sincero.
O exame próprio é fundamental para assegurar que o crente está em plena comunhão com Deus. A Ceia é uma oportunidade de renovar o compromisso com Cristo e de reafirmar a nossa fidelidade a Ele.
9. O CRENTE E SEU TESTEMUNHO
O testemunho do crente é uma das formas mais poderosas de compartilhar a fé em Jesus Cristo com os outros. Ele envolve viver de acordo com os ensinamentos de Cristo, refletindo Sua luz nas ações e palavras diárias, e compartilhando ativamente a mensagem do evangelho com aqueles ao nosso redor. O testemunho não é apenas algo que dizemos, mas também aquilo que vivemos.
9.1 Propósito do testemunho
O principal propósito do testemunho cristão é glorificar a Deus e cumprir a grande comissão de Jesus, que nos ordenou a ir e fazer discípulos de todas as nações (Mateus 28:19-20). Em Atos 1:8, Jesus disse aos seus discípulos: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.”
Nosso testemunho é uma forma de anunciar a obra de Cristo em nossas vidas, revelando aos outros que, por meio de Sua graça, fomos transformados e salvos. Ele também é uma maneira de levar as pessoas a conhecerem o amor e a misericórdia de Deus, mostrando que, assim como fomos perdoados, todos têm a oportunidade de ser reconciliados com Deus.
9.2 Princípios a seguir no testemunho
O testemunho cristão deve ser baseado em princípios sólidos que refletem a verdade do evangelho. Alguns desses princípios incluem:
Autenticidade
Nosso testemunho deve ser genuíno. Não podemos simplesmente falar sobre Cristo; devemos viver de acordo com os princípios que proclamamos. Jesus nos advertiu em Mateus 7:21-23 que não basta apenas dizer “Senhor, Senhor”, mas é necessário viver de acordo com a vontade de Deus.
Amor e respeito
O testemunho não deve ser feito de forma forçada ou arrogante. 1 Pedro 3:15 nos instrui a sempre estarmos prontos para responder a qualquer um que nos peça razão da nossa esperança, mas com mansidão e respeito.
Viver como exemplo
O nosso exemplo de vida é um dos testemunhos mais poderosos. Em Filipenses 2:15, Paulo nos exorta a sermos “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração corrompida e perversa, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo.”
Usar as oportunidades
Devemos aproveitar todas as oportunidades que Deus nos dá para compartilhar nossa fé. Em Efésios 5:16, Paulo nos instrui a “remir o tempo, porque os dias são maus.” O testemunho não é algo que devemos adiar, mas algo que deve ser feito com urgência.
9.3 Problemas encontrados no testemunho
Embora o testemunho cristão seja uma tarefa gloriosa, também pode enfrentar desafios e oposição. Alguns dos problemas mais comuns incluem:
Perseguição
Aqueles que se levantam para testemunhar podem enfrentar perseguição, seja em forma de zombarias, críticas ou até mesmo rejeição. Jesus nos advertiu sobre isso em João 15:18-19, dizendo que, se o mundo odiou a Ele, também odiará aqueles que O seguem.
Medo
Muitas vezes, o medo de ser rejeitado ou de não saber o que dizer pode impedir os crentes de testemunharem. No entanto, o Espírito Santo nos dá coragem e sabedoria para falar (Atos 1:8). Não precisamos ter todas as respostas, mas devemos confiar no poder de Deus para nos usar.
Falta de exemplo
Às vezes, os cristãos falham em dar um bom exemplo, o que pode prejudicar o testemunho. 1 Timóteo 4:12 nos exorta a sermos “exemplo para os fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.”
9.4 Promessas para os que testificam
Deus promete abençoar e fortalecer aqueles que se comprometem a dar testemunho de Sua verdade. Em Atos 1:8, o Senhor promete que o Espírito Santo capacitará os crentes para serem Suas testemunhas. Além disso, Jesus prometeu que aqueles que testemunham e proclamam o evangelho serão recompensados:
“Bem-aventurados sois quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” (Mateus 5:11-12)
Quando testemunhamos de maneira fiel e obediente, não só glorificamos a Deus, mas também somos recompensados com a certeza de que estamos cumprindo a missão que Ele nos confiou.
10. A VIDA DE ORAÇÃO DO CRENTE
A oração é a chave para a comunhão constante com Deus e um elemento essencial na vida do crente. Ela não é apenas um pedido de bênçãos, mas também um meio de adoração, confissão, agradecimento e intercessão. A oração fortalece o relacionamento com Deus, revela Sua vontade e nos capacita para viver de acordo com os Seus propósitos.
10.1 Natureza da oração
A oração é uma comunicação direta com Deus, em que o crente expressa seus pensamentos, sentimentos, desejos e necessidades. Em Filipenses 4:6-7, Paulo ensina: “Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes, em tudo, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
A oração deve ser um reflexo da relação íntima com Deus, sendo um momento tanto de fala quanto de escuta. Ela não é apenas um monólogo, mas uma conversa com o Pai celestial. Como cristãos, devemos nos aproximar de Deus com confiança, sabendo que Ele está disposto a ouvir nossas orações.
10.2 Ordem da oração
Embora não haja uma fórmula rígida para orar, a Bíblia nos dá uma orientação através do Pai Nosso, que Jesus ensinou aos Seus discípulos em Mateus 6:9-13. Esse modelo de oração pode ser dividido em partes que nos ajudam a estruturar nossas orações:
1. Adoração e reconhecimento de Deus
“Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” A oração começa com a adoração a Deus e o reconhecimento de Sua santidade e majestade.
2. Submissão à vontade de Deus
“Venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.” Devemos nos submeter à vontade de Deus, reconhecendo que Ele tem o controle sobre nossas vidas.
3. Pedidos
“O pão nosso de cada dia nos dá hoje.” Devemos pedir a Deus pelas nossas necessidades diárias, confiando que Ele proverá o que for necessário.
4. Confissão e perdão
“Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores.” A oração deve incluir a confissão dos nossos pecados e a prática do perdão, tanto de Deus quanto dos outros.
5. Proteção
“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.” Devemos pedir a Deus que nos proteja das tentações e do mal, buscando Sua ajuda em momentos de fraqueza.
6. Ação de graças
“Pois teu é o reino, o poder e a glória, para todo o sempre. Amém.” A oração deve concluir com louvor e agradecimento a Deus, reconhecendo Sua soberania e bondade.
10.3 Base da oração
A base da oração é a fé e a confiança em Deus. Em Marcos 11:24, Jesus afirma: “Por isso vos digo: Tudo o que pedirdes em oração, crede que recebereis, e assim será convosco.” A oração deve ser feita com a certeza de que Deus ouve e responde de acordo com Sua vontade.
Além disso, a oração deve ser feita em nome de Jesus, como Ele mesmo ensinou em João 14:13-14: “E tudo o que pedirdes em meu nome, isso farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu a farei.”
10.4 Condições da oração
Embora Deus seja misericordioso e ouça as orações de Seus filhos, há algumas condições que devem ser atendidas para que nossa oração seja eficaz:
Pureza de coração
Salmo 66:18 afirma: “Se eu atender a iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Nossas orações devem ser feitas com corações sinceros e puros.
Perdão aos outros
Em Marcos 11:25, Jesus ensina: “E, quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também o vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas.” O perdão é essencial para que nossas orações sejam ouvidas.
Viver em obediência a Deus
1 João 3:22 nos ensina: “E qualquer coisa que pedirmos, dela recebemos d’Ele, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos diante d’Ele o que é agradável.”
10.5 Objetos da oração
A oração não se limita a pedidos pessoais, mas deve incluir diversos aspectos da vida cristã:
Adoração a Deus: Reconhecer a grandeza e a bondade de Deus.
Confissão de pecados: Pedir perdão por nossos erros e falhas.
Ação de graças: Agradecer a Deus por Sua bondade e fidelidade.
Pedidos pessoais: Pedir por nossas necessidades e pelos outros.
Intercessão: Orar pelos outros, especialmente pelos irmãos em Cristo, e até pelos inimigos, como Jesus ensinou em Mateus 5:44: “Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem.”
10.6 Obstáculos à oração
Embora a oração seja um privilégio do crente, há obstáculos que podem impedir nossa comunhão com Deus:
Pecado não confessado
Isaías 59:2 diz: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus.” O pecado pode impedir que nossas orações sejam ouvidas, por isso é essencial confessar e arrepender-se.
Falta de fé
Tiago 1:6-7 ensina: “Mas peça com fé, não duvidando, porque aquele que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.”
Falta de persistência
Às vezes, podemos ser tentados a desistir de orar se não vemos respostas imediatas. Jesus nos ensina a persistir na oração, como na parábola da viúva importuna em Lucas 18:1-8.
11. A EXPIAÇÃO
A expiação é um dos pilares fundamentais da fé cristã, pois trata do sacrifício de Jesus Cristo pela humanidade. Através da expiação, Jesus assumiu sobre Si os pecados de toda a humanidade, pagando o preço pela nossa redenção. A obra de expiação revela o imenso amor de Deus pela humanidade e o desejo de restaurar o relacionamento entre o Criador e as Suas criaturas.
11.1 Significado de expiação
A palavra “expiar” significa “remover a culpa” ou “pagar pelo erro”. A expiação na Bíblia refere-se ao ato de remover o pecado e a culpa através de um sacrifício. O pecado gerou separação entre Deus e o homem, mas a expiação restaurou essa relação. O Sacrifício de Cristo na cruz foi a verdadeira expiação que pagou o preço pelos pecados de todos.
Em Romanos 3:25, Paulo afirma: “A quem Deus propôs, no seu sangue, como sacrifício propiciatório, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos.” Este versículo explica que Jesus, através de Seu sangue, tornou-se o sacrifício que traz perdão e reconciliação com Deus.
11.2 Objetivo da expiação
O objetivo da expiação foi a reconciliação entre Deus e a humanidade. O pecado separou o homem de Deus, e a única maneira de restaurar esse relacionamento era por meio de um sacrifício perfeito. Em 2 Coríntios 5:18-19, Paulo explica: “E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, por Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.”
O sacrifício de Jesus na cruz teve o objetivo de remover a culpa do pecado e trazer perdão ao homem, para que ele possa ser reconciliado com Deus. O sacrifício de Cristo foi perfeito e completo, não necessitando de mais nada para restaurar a nossa comunhão com Deus.
11.3 Causa da expiação
A causa da expiação foi o amor de Deus pela humanidade e a Sua justiça. Deus não poderia simplesmente ignorar o pecado, pois isso violaria Sua justiça. Contudo, em Seu grande amor, Ele enviou Seu Filho para pagar o preço dos nossos pecados.
Em João 3:16, vemos claramente o motivo pelo qual Jesus veio: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” O amor de Deus por nós foi a razão pela qual Ele permitiu que Jesus fosse o sacrifício perfeito, suficiente para pagar por nossos pecados.
11.4 Expiação no Velho Testamento
No Velho Testamento, a expiação era realizada por meio de sacrifícios de animais, que eram feitos pelos sacerdotes como forma de cobrir temporariamente os pecados do povo. Em Levítico 16, encontramos a descrição do Dia da Expiação, quando o sacerdote levava um bode para ser sacrificado como oferta pelo pecado do povo de Israel. No entanto, esses sacrifícios não podiam remover permanentemente o pecado, mas eram um reflexo da necessidade de um sacrifício perfeito, que viria com a vinda de Cristo.
Em Hebreus 10:4, é dito que “é impossível que o sangue de touros e bodes tire os pecados.” Esses sacrifícios do Antigo Testamento apontavam para a necessidade do sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, que tiraria o pecado do mundo (João 1:29).
11.5 Origem do sacrifício no Velho Testamento
A origem do sacrifício como meio de expiação remonta aos primeiros tempos da Bíblia, com Adão e Eva, quando Deus fez roupas de pele para cobri-los após o pecado (Gênesis 3:21). Esse primeiro ato de sacrifício foi uma prefiguração do sacrifício de Cristo, em que a morte de um ser inocente (o animal) cobriu a vergonha do pecado humano.
Os sacrifícios realizados pelos israelitas no Antigo Testamento foram dados por Deus como uma maneira de lidar com o pecado e de restaurar temporariamente a relação do povo com Ele. Esses sacrifícios exigiam que algo inocente morresse para que o pecado pudesse ser coberto. No entanto, esses sacrifícios eram apenas sombras do que seria cumprido em Cristo.
11.6 A morte de Cristo
A morte de Jesus na cruz é o ponto culminante da expiação. Ele, que era sem pecado, se ofereceu como sacrifício perfeito, levando sobre Si a punição que era nossa, para que pudéssemos ser perdoados. Em Isaías 53:5, profetizando sobre a vinda de Cristo, está escrito: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões, moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”
A morte de Cristo na cruz foi um sacrifício único e suficiente, não necessitando de mais nenhum outro. Em Hebreus 9:12, o autor escreve que Jesus “entrou uma vez por todas no Santo dos Santos, não com o sangue de bodes e bezerros, mas com o seu próprio sangue, tendo obtido eterna redenção.”
11.7 A ressurreição de Jesus
A ressurreição de Jesus é a confirmação de que a expiação foi eficaz e que o pecado foi vencido. Em Romanos 4:25, Paulo escreve: “O qual foi entregue por causa das nossas transgressões, e ressuscitou para a nossa justificação.” A ressurreição de Cristo prova que Ele venceu a morte e o pecado, e garante aos crentes que a vitória de Cristo é nossa também.
A ressurreição de Jesus é essencial para a fé cristã, pois sem ela, a morte de Cristo seria apenas mais um sacrifício humano. Porém, a ressurreição significa que o sacrifício foi aceito por Deus e que, por meio dEle, temos a esperança da vida eterna.
11.8 A doutrina do Espírito Santo
O Espírito Santo tem um papel crucial na aplicação da expiação na vida dos crentes. Ele nos convence do pecado e nos guia à fé em Cristo. Em João 16:8, Jesus disse: “E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” O Espírito Santo também nos capacita a viver uma vida santa e a ser transformados pela graça de Deus, conforme o sacrifício de Cristo.
11.9 A doutrina sobre o homem, sua existência após a morte
A expiação também tem implicações para a vida após a morte. O ser humano, sendo pecador por natureza, estava condenado à morte eterna. Porém, por meio da expiação de Cristo, aqueles que creem Nele são salvos da condenação e têm a promessa da vida eterna. Em João 5:24, Jesus afirma: “Quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.”
A expiação trouxe a possibilidade de vida eterna com Deus para todos os que se arrependem e creem em Jesus como Senhor e Salvador.
12. O ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, essencial no processo de salvação e na vida do cristão. Ele é o Consolador prometido por Jesus que habita nos crentes, os guia, os ensina, os fortalece e os capacita a viver de acordo com a vontade de Deus. A compreensão da pessoa e da obra do Espírito Santo é fundamental para a vida cristã, pois sem Ele, a vida do crente seria impotente e sem direção.
12.1 Quem é o Espírito Santo?
O Espírito Santo não é uma força impessoal, mas sim uma pessoa divina, co-igual e co-eternamente Deus com o Pai e o Filho. Ele é o agente de Deus na Terra, presente em todos os crentes e atuando em suas vidas. Em João 14:16-17, Jesus promete enviar o Espírito Santo: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Consolador, para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vocês o conhecem, porque ele vive com vocês e estará em vocês.”
O Espírito Santo é essencialmente Deus em ação. Ele revela a verdade, convence o homem do pecado, ensina, consola, intercede, e capacita o crente a viver uma vida que agrada a Deus.
12.2 Quando o Espírito Santo Veio?
O Espírito Santo foi prometido por Jesus e veio de forma visível no Pentecostes, registrado em Atos 2:1-4. Quando os discípulos estavam reunidos, o Espírito Santo desceu sobre eles de maneira dramática, com “línguas como de fogo” e um som como de um vento impetuoso. A partir daquele momento, o Espírito Santo passou a habitar permanentemente na vida dos crentes.
No entanto, o Espírito Santo já estava presente no Antigo Testamento, embora de forma diferente. Ele vinha sobre os profetas, reis e líderes para capacitá-los a cumprir a vontade de Deus, como visto em Juízes 6:34 (Espírito sobre Gideão) e 1 Samuel 16:13 (Espírito sobre Davi).
12.3 A atuação do Espírito Santo desde a criação de Belém
No Antigo Testamento, o Espírito Santo esteve ativo na criação do mundo e em muitas outras manifestações divinas. Em Gênesis 1:2, vemos que “o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. O Espírito esteve presente desde o início da criação, participando da obra de Deus em dar forma e vida à terra.
Além disso, o Espírito foi ativo nas vidas de muitos homens de Deus, como Moisés, Josué, Davi, Isaías, e outros. Ele capacitava os líderes a cumprir a vontade de Deus, e em muitas ocasiões, Ele vinha sobre os profetas para inspirar e revelar a Palavra de Deus ao Seu povo.
12.4 A atuação do Espírito Santo de Belém até o Pentecoste
Quando Jesus nasceu em Belém, o Espírito Santo estava presente e ativo, mas não da mesma maneira que depois do Pentecostes. Ele capacitou Maria para conceber Jesus (Lucas 1:35) e também esteve presente no ministério de João Batista (Lucas 1:15), preparando o caminho para o Messias.
Durante o ministério de Jesus, o Espírito Santo atuava de forma contínua, mas não habitava permanentemente nos crentes. No entanto, Ele os capacitava para milagres e sinais, como em Mateus 12:28, onde Jesus diz: “Mas, se é pelo Espírito de Deus que expulso os demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus.”
12.5 O Espírito Santo de Pentecoste até hoje
Após o Pentecostes, o Espírito Santo passou a habitar permanentemente em todos os crentes. A principal mudança foi que Ele não estava mais restrito a alguns poucos, mas veio habitar em todos os seguidores de Cristo. Como vemos em Atos 2:38, o Espírito Santo é dado a todos os que se arrependem e são batizados: “Pedro respondeu: Arrependam-se, cada um de vocês, e sejam batizados em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados. E receberão o dom do Espírito Santo.”
Desde Pentecostes, o Espírito Santo continua a habitar no coração de cada crente, capacitando-o a viver de acordo com a vontade de Deus e a cumprir a missão de Jesus na Terra. Ele também age como o Consolador, aquele que traz conforto e guia para os filhos de Deus.
12.6 A presente obra do Espírito Santo no mundo
Hoje, o Espírito Santo continua a desempenhar papéis essenciais no mundo. Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, conforme João 16:8. Ele também é quem prepara os corações para a salvação e os capacita a viver de maneira justa. O Espírito Santo também ajuda o crente a discernir a vontade de Deus, a orar e a compreender a Escritura, conforme 1 Coríntios 2:10-13.
Além disso, Ele continua a trabalhar na edificação da igreja e na propagação do evangelho, capacitando os crentes com dons espirituais, como vemos em 1 Coríntios 12:4-11.
12.7 O que é o batismo com o Espírito Santo?
O batismo com o Espírito Santo é uma experiência distinta da salvação, que envolve uma capacitação especial e uma unção para o serviço cristão. Em Atos 1:8, Jesus disse aos discípulos: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês; e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra.”
Este batismo é frequentemente acompanhado de sinais, como falar em línguas (Atos 2:4), mas o principal objetivo do batismo com o Espírito Santo é dar poder ao crente para ser uma testemunha eficaz de Cristo e para viver de maneira fiel ao Senhor.
12.8 Todos os crentes devem buscar o batismo com o Espírito Santo
Embora a salvação seja dada a todos os crentes no momento da fé, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência especial que todos os crentes devem buscar. Em Lucas 11:13, Jesus afirma: “Se vocês, que são maus, sabem dar boas dádivas aos seus filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”
O batismo com o Espírito Santo é uma promessa de Deus a todos os Seus filhos, e é uma bênção maravilhosa que capacita os crentes a viver uma vida cristã mais eficaz e cheia de poder.
12.9 Como receber o batismo com o Espírito Santo?
A maneira de receber o batismo com o Espírito Santo é pela fé e oração. Jesus nos ensinou em Lucas 11:13 que, se pedirmos ao Pai, Ele nos dará o Espírito Santo. O crente deve ter um coração disposto a se submeter a Deus, pedir em oração e crer que Deus cumprirá a Sua promessa.
Além disso, a Bíblia também ensina que devemos nos arrepender e buscar a santificação. O Espírito Santo não habita em um coração impuro; portanto, a pureza de coração é necessária para receber essa experiência.
12.10 Os dons do Espírito Santo
O Espírito Santo concede aos crentes vários dons espirituais, que são dados para a edificação da igreja e o serviço no Reino de Deus. Alguns desses dons incluem o dom de sabedoria, de conhecimento, de fé, de cura, de milagres, de profecia, de discernimento de espíritos, de línguas e de interpretação de línguas, conforme 1 Coríntios 12:4-11.
Estes dons não são dados para exaltação pessoal, mas para a glória de Deus e o benefício da comunidade cristã. O crente deve buscar a manifestação desses dons com humildade e amor, sempre visando o crescimento do corpo de Cristo.
13. A ESPERANÇA DO CRENTE
A esperança do crente é central para sua fé e sua vida em Cristo. Ela está firmemente fundamentada nas promessas de Deus, especialmente na promessa da vida eterna com Deus. A esperança cristã não é uma expectativa vaga ou incerta, mas é uma certeza sólida, baseada na ressurreição de Cristo e na Sua promessa de retornar para buscar os Seus.
A Bíblia fala repetidamente sobre a esperança do crente, incentivando-o a viver com confiança no futuro, sabendo que, apesar das dificuldades atuais, uma recompensa eterna e gloriosa aguarda os que permanecem fiéis.
13.1 A natureza da esperança cristã
A esperança cristã não é algo que depende das circunstâncias temporais, mas é ancorada nas promessas de Deus. Ela é descrita como “a âncora da alma” em Hebreus 6:19, que nos assegura que podemos confiar nas promessas de Deus, independentemente do que aconteça no mundo ao nosso redor. A esperança é uma certeza que olha para o futuro, mas influencia nossa vida presente.
O apóstolo Paulo fala em Romanos 8:24-25 sobre essa esperança: “Pois na esperança fomos salvos. Mas a esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que já está vendo? Mas, se esperamos o que ainda não vemos, com paciência o aguardamos.”
A esperança cristã envolve uma expectativa de salvação futura, mas também de poder e transformação no presente, pois a graça de Deus opera em nossas vidas.
13.2 A esperança na vida eterna
A principal expressão da esperança do crente é a vida eterna com Deus. A Bíblia ensina que, por meio da morte e ressurreição de Jesus, aqueles que crerem Nele terão a vida eterna, como está escrito em João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.”
A vida eterna não é apenas uma promessa futura, mas começa a ser vivida desde o momento em que a pessoa aceita a Cristo como seu Senhor e Salvador. Em João 17:3, Jesus nos ensina que a vida eterna é conhecer a Deus e a Cristo: “Agora, esta é a vida eterna: que conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.”
Portanto, a esperança cristã está ancorada na promessa de uma vida eterna ao lado de Deus, em um estado de perfeição e plenitude, onde não haverá mais dor, sofrimento ou morte. Essa é uma certeza que nos dá força para enfrentar as dificuldades da vida.
13.3 A esperança na volta de Cristo
Outro aspecto crucial da esperança cristã é a promessa do retorno de Cristo. A Bíblia nos ensina que Jesus voltará para buscar a Sua igreja e estabelecer o Seu Reino eterno. Em 1 Tessalonicenses 4:16-18, Paulo descreve como será a volta de Cristo: “Pois, dado a ordem, à voz do arcanjo e ao som da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois, nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles, nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre.”
A volta de Cristo é a culminação de nossa esperança. A Bíblia fala de um novo céu e uma nova terra onde a justiça habitará, como em 2 Pedro 3:13: “Mas, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita a justiça.”
Esse retorno é a nossa esperança constante, que nos dá ânimo para viver de forma justa e fiel enquanto aguardamos a realização plena dessa promessa.
13.4 A esperança no consolo e na vitória sobre o sofrimento
A esperança do crente também é uma fonte de consolo e força diante das dificuldades e do sofrimento. A Bíblia não promete uma vida sem dificuldades, mas promete que Deus estará conosco, e que Ele usará nossas provações para nos fortalecer. Em Romanos 8:18, Paulo escreve: “Considero que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória que em nós há de ser revelada.”
O sofrimento é uma realidade no mundo, mas a esperança cristã é maior do que o sofrimento presente, pois é baseada na promessa de que um dia Deus enxugará todas as lágrimas dos Seus filhos (Apocalipse 21:4).
A esperança no consolo e na vitória sobre o sofrimento é uma parte importante da vida cristã, pois ela nos ajuda a manter uma perspectiva eterna, mesmo nos momentos mais difíceis da vida.
13.5 A esperança no poder de Deus na vida do crente
Por fim, a esperança cristã também se refere ao poder de Deus presente na vida do crente. O mesmo poder que ressuscitou Jesus dos mortos habita em cada cristão, como vemos em Romanos 8:11: “E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do Seu Espírito que habita em vocês.”
Este poder divino capacita o crente a viver uma vida de vitória sobre o pecado, a tentação e as dificuldades. A esperança cristã não é apenas sobre o que virá no futuro, mas também sobre a transformação que Deus pode realizar na vida do crente agora, por meio do poder do Espírito Santo.
13.6 Vivendo com esperança no presente
A esperança não deve ser algo que apenas aguardamos passivamente, mas deve influenciar nossa vida diária. Em 1 João 3:2-3, lemos: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é. E todo aquele que Nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro.”
Essa esperança de ser transformado à imagem de Cristo nos leva a viver de forma santa e obediente, aguardando com fé e paciência a plena realização das promessas de Deus.
Conclusão
A esperança do crente é mais do que uma simples expectativa sobre o futuro; ela é uma certeza que nos motiva e nos fortalece no presente. Ela nos assegura que, por meio de Cristo, a vitória sobre o pecado e a morte é garantida, e que um futuro glorioso nos espera com Deus. Viver com essa esperança é viver com confiança e paz, sabendo que Deus está no controle de todas as coisas e que, no final, Ele triunfará sobre o mal.